THE RICE EXPERIENCE

Imagem: Alex Grey
The Rice Experience surgiu de uma necessidade de partilha de conceitos, sobre saúde e bem estar, tendo por base a filosofia oriental, partindo do principio que todas as pessoas têm o direito de viver saudáveis, sem doenças, com uma boa qualidade de vida.
A mudança de hábitos alimentares é dos assuntos mais sensíveis para os humanos. Não nos apercebemos do quanto estamos apegados aos alimentos, sensorial e afectivamente, sem termos noção do efeito que têm no corpo. É fácil apercebemo-nos que até os nossos pais se deixam corromper pelos alimentos industrialmente processados, que na sua infância nem sequer existiam. Encontramo-nos num estado de apatia profunda, sem vontade de mudar, de intervir, de aprender, de escutar, de ajudar. Pensamos nos constantes problemas exteriores como a única fonte para a nossa infelicidade, em vez de procurarmos respostas simples e básicas nas nossas acções. O importante é também saber a causa e não só o sintoma.
A nossa percepção de refeição muito mudou na última década. Escolhemos os alimentos porque gostamos do seu sabor e não baseado numa roda dos alimentos que esteja adequada aos dias de hoje. Fazemos combinações por intuição, esquecendo que os alimentos são o principal responsável pelo nosso equilíbrio. Esta falta de princípios aliada a uma estratégia comercial ditatorial legal, impede-nos de perceber que caminhamos para a degeneração total da espécie humana. As doenças crónicas ou mortais surgem cada vez mais cedo, mais fortes e cada vez mais a medicina não encontra respostas. São investidos milhões em hospitais, são desenvolvidos equipamentos dignos do planetário, são formados médicos, sem resultados visíveis para a qualidade de vida das pessoas. A capacidade imunológica humana está cada vez mais fraca e cada vez se tomam mais medicamentos.
Temos mais perguntas que respostas, uma grande vontade de experimentar algo de diferente, algo de inspirador, de questionar o inquestionável, acreditar no inacreditável e aprender, aprender a ter paciência, a ter calma, a ser criticado, a criticar, a dialogar, a descansar, a resistir, a respirar, a dar, a trocar, a conhecer, a correr.
Não temos religião, não pertencemos a nenhum grupo, não vamos defender correntes de pensamento previamente formatadas segundo maneiras de pensar, vestir, comer. Estudámos livros de figuras como, George Oshawa, Tomio Kikuchi, Herman Aihara, Naboru Muramoto, Namboku Mizuno, William Duffy, entre outros. Não criamos nem inventamos nada, fizemos apenas colagens de conceitos e princípios, aprendemos a cozinhar, a cortar e a confeccionar os alimentos, mas reconhecemos que temos muito para evoluir.
A experiência que tem por base a macrobiótica do principio unificador, é diferente de pessoa para pessoa. É engraçado assistir às transformações físicas e psíquicas, resultantes do percurso ditado pelo princípio unificador. A libertação através dos fluidos do corpo, de todo o lixo amontoado desde a nossa infância. A necessidade extrema e instantânea, em colocar na rua a massa suja da comida processada armazenada. A experiência do arroz é decididamente uma experiência única e gratificante.
Reclamar a responsabilidade e assumir o controle da nossa condição física/psíquica – é isso que nos propomos.
Texto ‘The Rice Experience’ baseado em ‘Healing ourselves’ de Naboru Muramoto
Imagem Alex Grey