Nutrir A Fertilidade E Garantir Uma Boa Gestação
Um corpo fértil é um corpo equilibrado
O equilíbrio resulta, em muito, do estilo de vida. Opções saudáveis como dormir bem, saber respirar, comer com consciência, meditar, fazer exercício físico adequado e evitar uma vida tóxica como o consumo de drogas, excitantes, tabaco, stress, etc, são hábitos essenciais se queremos ser saudáveis e equilibrados.
Podemos optar por escolhas alimentares conscientes e adequadas à nossa condição. Regras chave são a escolha de alimentos integrais, locais, da época e produzidos de forma orgânica. Métodos culinários, combinações alimentares e adequação da dieta à condição a cada momento são aspectos igualmente importantes a ter em conta.
ALIMENTAÇÃO: FERTILIDADE E GESTAÇÃO
Antes dos anos 40, a manteiga, banha e gordura de galinha eram comuns nos hábitos alimentares de muitas culturas ocidentais. Óleos de milho, canola e soja não eram consumidos e a margarina não existia. As pessoas comiam muito menos açúcar e comidas pré-feitas, e os vegetais frescos abundavam à mesa. Os alimentos de hoje, grande parte produzidos de forma extensiva e pouco natural, contêm uma grande carga de fertilizantes, antibióticos e hormonas e são altamente processados. A alimentação tornou-se um acto prático da vida moderna, que resulta em desequilíbrios nutritivos com graves consequências para a saúde. A infertilidade é uma delas.
A escolha dos alimentos adequados antes, durante e após a gravidez vai não só potenciar a fertilidade antes da concepção, suportar o desenvolvimento do feto durante a gestação, e originar leite de qualidade superior durante os primeiros meses de vida do bebé, como também vai garantir a saúde e vitalidade dos pais, em particular da mãe.
Em algumas culturas tradicionais, os homens e as mulheres jovens comem alimentos especiais durante 6 meses antes de tentarem engravidar, sabendo que quando os pais são saudáveis, os filhos têm mais probabilidades de também o ser1.
1 Anexo 1: Lista de Alimentos Saudaveis
Há vários alimentos que nos ajudam a sintonizar com a energia da criação e fortalecem a energia da raiz e portanto potenciam a fertilidade. Numa analogia directa podemos considerar as raízes e tubérculos alimentos que nutrem directamente este tipo de energia. Batata-doce, inhame, raiz de lótus, bardana, nabos, cenouras, pastinaca, rutabaga, alhos, cebolas e beterrabas são alguns exemplos, especialmente benéficos nas estações mais frias do ano.
Raíz de espargo e feijão preto são alimentos terapêuticos para fertilidade.
Alimentos concentrados e ricos em gorduras saudáveis são particularmente benéficos para o equilíbrio hormonal da mulher e são especialmente importantes para o desenvolvimento do feto. Entre eles estão o azeite virgem extra, gorduras vegetais como o óleo de côco, pêra abacate, oleaginosas e gorduras saturadas de origem animal como a manteiga e a banha de animais de pasto orgânico. O óleo de fígado de bacalhau* é particularmente benéfico, antes e durante a gravidez, assim como outros alimentos ricos em óleos essênciais2.
*Óleo de fígado de bacalhau é um excelente complemento alimentar. Rico em Vit A e D, e ómega 3. Deve ser consumido numa dieta rica em fígados e órgãos de animais de pasto. ATENÇÃO: a proporção entre vit A e vit D deve ser 20,000 para 2,000, respectivamente.
2 Anexo 2: Alimentos ricos em Ácidos gordos
Outro alimento importante é o ovo de galinha de campo alimentada de pasto biológico e não com ração, milho, soja, etc. A gema do ovo é particularmente rica. Podem ser consumidas 2 gemas por dia, no mínimo. Claras, basta uma.
A manteiga é a rainha das gorduras, em especial se for de animais de pasto orgânico e não pasteurizada. Para quem é intolerante à proteína do leite, optar por ghee3.
3 Anexo 3: Manteiga clarificada
Leite e derivados, obtido de animais de pasto orgânico e de leite não pasteurizado são também alimentos importantes. Para aqueles que são intolerantes à lactose, consumir algas, vegetais de folha verde escura e caldos de ossos (ricos em cálcio).
Outro alimento chave para a gravidez (preparação, gestação e amamentação) é o consumo de fígados de animais de pasto orgânico.
O marisco, desde que garantidamente fresco, é um excelente alimento, assim como a carne, incluindo carne vermelha, desde que de animais de pasto orgânico e sempre consumida com a própria gordura (ajuda na digestão da proteína).
Óleos de peixe (sardinha, anchovas, carapaus, salmão selvagem) e banha (de animais de pasto orgânico) são óptimos complementos ao consumo de fígados. As espinhas dos peixes são excelentes fontes de cálcio.
O óleo de côco é uma gordura saturada de origem vegetal particularmente saudável.
Os caldos de ossos (ricos em minerais e gelatina animal) são essenciais, pois ajudam na digestão, contribuem para ossos e tendões fortes e protegem o trato digestivo. Para quem tem dificuldade em digerir proteína animal, consumi-la com gelatina natural (do próprio animal) ajuda a resolver esse problema.
É importante consumir alimentos ricos em folatos: fígados, leguminosas e vegetais de folha verde.
Bebidas e condimentos lacto-fermentados não pasteurizados, como chucrute, kimchi, kwass, kefir, iogurte, entre outros, são importantes alimentos a consumir, pelos benefícios ao nível digestivo (enzimas) e reforço imunitário que trazem.
Cereais integrais, leguminosas e oleaginosas garantem uma excelente nutrição. Vegetais e frutas frescas (orgânicas, locais e da época) são essenciais para uma alimentação equilibrada, e ajudam na digestão e assimilação de gorduras e alimentos densos como a manteiga, banha e proteína animal. As fibras vegetais são mais facilmente digeridas e assimiladas quando cozinhadas, assim como frutas ricas em pectina como maçãs, marmelos, peras, pêssegos e nectarinas. Já as bagas e frutas tropicais frescas providenciam enzimas que ajudam na digestão.
A qualidade do sal é muito importante. O sal é essencial à vida, entrando em inúmeros processos metabólicos. Devemos consumir sal integral (não refinado), sem adição de iodo. O sal da nossa costa é de grande qualidade e a Flor de sal uma excelente opção.
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