As Causas E Sintomas Das Doenças
Estar grato por tudo é um dos pontos chave na macrobiótica. Por vezes damos por nós a perder tempo a queixar-nos, desejando ser outra pessoa, na frustração que sentimos em viver e lidar com a nossa existência. Se ao invés, expressarmos repetidamente gratidão pelas coisas de que nos queixamos, aprendendo a fazer as mudanças necessárias, a nossa perspectiva muda radicalmente. De repente os problemas são vistos como desafios, que quando transpostos, produzem infinita felicidade. Quero partilhar com vocês um problema que aconteceu comigo.
Passados dois meses de comer muitos alimentos fora da dieta base, biscoitos macrobióticos, nozes, amêndoas, algum queijo, etc, um pequeno caroço apareceu no meu peito esquerdo. Inicialmente estava chocada, aterrorizada e revoltada. Será que este caroço se iria transformar num cancro, no intuito de corrigir os meus hábitos? Depois de fazer uma mamografia que indicou que a possibilidade de cancro era remota, obtive aconselhamento macrobiótico que me orientou para uma dieta restrita. O nódulo desapareceu, mas sempre que abria a dieta para alimentos mais ricos o nódulo reaparecia e com dores fortes. Nos primeiros meses eu estava furiosa, ressentida e revoltada. Eu não podia comer fora da dieta sem que o nódulo não soasse um alarme de desconforto pela minha atitude.
Com o tempo, acabei por reconhecer como o nódulo era precioso, funcionava como um alarme pessoal que surgia sempre que eu fugia da dieta. Comecei por dizer a mim própria “Obrigada, pequeno nódulo, por tudo o que me tens ensinado. Estou disposta a aprender e preparada para mudar.”
Alguns meses mais tarde, li o livro de Louise Hay´s, You Can Heal Your Life. Adaptando um dos parágrafos, ganhei o hábito de repetir todos os dias a frase, “eu adoro-me, alimentarei o meu corpo apenas com os alimentos que necessita, e o meu corpo responderá com saúde, beleza, flexibilidade e energia”. De qualquer forma eu continuava a comer fora da dieta mas cada vez com menos frequência e menos intensidade. Considero este meu problema inexistente, comparado com pessoas que estão a morrer com doença terminais, mas descobri que os mesmos factores básicos podiam ser aplicados. Estes doentes, tal como eu, detestavam os seus corpos por estarem doentes e a maneira como se autoavaliavam era destrutiva, ressentida e revoltada.
Outro princípio básico da Macrobiótica é assumir a responsabilidade total por tudo o que criamos, positivo e negativo, incluindo doenças, acidentes, dificuldades de relacionamento, ganhos no jogo, etc. A principal diferença entre a medicina moderna e a medicina oriental, não são as ciências que cada uma delas utiliza, mas o contexto em que são praticadas. O médico normal vê o doente como um inocente, vitima das circunstâncias, sem qualquer tipo de responsabilidade pelo seu estado, dedicando pouca atenção à raiz do problema. A responsabilidade de cura da doença, depende única e exclusivamente do médico, o ser pensante. A única atitude possível para o doente, é comportar-se como uma vítima, desamparada, pronta a receber instruções.
Esta atitude tem surgido no ocidente, sendo cada vez mais aplicada em todos os aspectos da vida. Sempre que alguma coisa corre mal, as pessoas olham à sua voltam e tentam arranjar alguém ou alguma coisa que possam culpabilizar. Por exemplo, no meu trabalho como médico de urgência, quando pergunto a um adolescente, “Como fizeste este corte?” muitas vezes responde, “a porta bateu-me” em vez de, “Fui contra à porta e cortei-me.”. Da mesma forma, as pessoas olham para terceiros, quer seja doutor, padre, marido, ou orientador Macrobiótico, de forma a responsabiliza-los pela sua condição. È costume ouvimos dizer “pus-me nas mãos dos melhores médicos deste país.” Essencialmente, a pessoa abandonou a responsabilidade por si mesma, entregando-a a alguém. A maior parte dos doentes pensa que através da Macrobiótica, basta comer um certo tipo de comidas para que a cura aconteça. Tentam depositar a sua recuperação num orientador Macrobiótico, da mesma forma que fazem com os médicos convencionais, mastigando muito bem a comida sem perder tempo a pensar. O que precisam de fazer é assumir a responsabilidade de ter criado a doença e traçar medidas de forma a ultrapassa-la.
Todas as pessoas que tenho conhecido que ultrapassarem doenças graves, tomaram a responsabilidade total pela sua doença, aumentaram o seu conhecimento e entendimento e se hoje estão vivos, podem dar graças a elas próprias.
Texto de Dra. Vivien Newbold do livro “Doctor´s Look at Macrobiotics”
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