THE RICE EXPERIENCE

O poder do homem tem pelo menos 3000 anos, um período tão longo que não podemos dizer se estamos a lidar com um processo cíclico, devido à sua constante presença na história da humanidade. O que sabemos é que nos últimos 3000 anos a civilização ocidental e os seus precursores, assim como outras culturas, se basearam em sistemas filosóficos, sociais e políticos em que o homem – pela força, pressão directa, rituais ou tradições, linguagem, costumes, etiqueta, educação e divisão do trabalho – determinou, quais as partes em que a mulher poderia participar, e em quais é que a mulher devia ser submissa.
O domínio do homem tem sido muito difícil de perceber devido ao seu enraizamento. Tem influenciado a nossa visão da natureza humana e da nossa relação com o universo. É um sistema que nunca foi seriamente questionado, devido à sua aceitação quase universal, ao ponto de ser considerada como lei da natureza, sendo já apresentada como tal.
A exploração da natureza sempre foi acompanhada pela exploração da mulher, que tem sido identificada com a natureza através dos tempos. Desde os tempos mais longínquos, a natureza – em especial a terra – foi encarada como uma mãe que nos nutre mas também como uma fêmea descontrolada. Antes do domínio do homem essas manifestações eram consideradas provenientes de Deusas. Assim que o homem assumiu o comando, esta imagem benigna da natureza tornou-se passiva, onde a visão da natureza selvagem e perigosa, deu origem há ideia que apenas necessitava de ser controlada. Na mesma altura a mulher foi considerada passiva e submissa ao homem. Com o crescimento da ciência de Newton, a natureza tornou-se, finalmente, um sistema mecânico que podia ser controlado e explorado em conjunto com a manipulação e exploração da mulher. A associação ancestral entre a mulher e a natureza inter-conecta a história da mulher com a história da natureza.

Baseado no livro “Turning Point” de Fritjof Capra